Você é a ultima vez que faço isso


Ligava a tela do celular diversas vezes durante o dia esperando uma mensagem ou ligação que tinha certeza que nunca teria, havia se passado exatamente uma semana desde nosso terminio, nao recebera siquer nenhuma mensagem perguntando se estava bem, os dias nunca passaram tao lento. "siga em frente", "ele nao te merecia" e "ele saiu da sua vida para alguem melhor entrar" aquelas coisas decoradas quando amigas dizem para te fazer se sentir melhor. porem naquele momento eu so queria ficar sozinha comigo mesma, nao queria algo pra me fazer se esquecer e seguir e frente, queria ele. nessa ultima semana me desliguei totamente do mundo exterior, me fechei numa bolha de sentimentos e lembraças, algumas vezes me pegava pensando novamente em nos, ou como nossos filhos seriam, "sera que o menino parecia mais comigo e a menina com o pai?". eu gostava de me martilizar pensando novamente em nos, ou revendo nossas fotos ou conversas. vez ou outra me aventurava em seu perfil e notava que havia excluido todas nossas fotos e meus comentarios romanticos em outras. ele havia superado, havia superado totalmente o "nos", havia apagado nossas lembranças, nosso passado e o futuro (que nunca teriamos), supostamente sua mente e coração pertencia a outra agora, mas aquilo nao estava sendo facil pra mim. sempre me gabei por superar rapidamente relacionamentos, no dia ficava triste e me isolava pelos cantos, no dia seguinte saia por ai sorrindo e sendo a pessoa que realmente era, sempre superei fins rapidos sejam eles amorosos, familiares e amizades. aceitava e com um sorriso no rosto dizia a mim mesma "tinha que ser assim". mas nao daquela vez, nem meu doce preferido me fazia pensar positivo (se bem que ajudaria ter brigadeiro), nem minha musica preferida me faria levantar da cama e dançar. Minha mente implorava ao meu corpo "pare de se culpar, passou, levante a cabeça e siga em frente" mas meu coração insistia de bater na mesma tecla de erro por mais que isso causasse sofrer varias e varias vezes pelo mesmo motivo, tinha que tentar uma ultima vez, dar uma ultima chance aquele amor que tomava conta totalmente do meu ser. arrumei a mala, peguei as alianças que pediria-o em casamento no nosso aniversario de namoro (quem disse que mulher nao pode tomar iniciativa e pedir o cara em casamento?) e peguei o primeiro onibus que encontrei. 25 horas ate meu destino finalmente chegar, a cada segundo que passava observado a paisagem se mover rapidamente me perguntava se era mesmo o certo. se tivesse duas opçoes qual das duas escolheria? superar, tentar esquecer o que sente e seguir em frente ou inisistir naquele amor que estava dentro de si e lutar ate que meu corpo e sua mente dissesem chega, nao quero mais sofrer por um amor nao reciproco? claro, sua moral estaria dizendo que faria a primeira opçao, iria sair para beber, paquerar e seguir em frente afinal a vida continua, ne? mas sera mesmo que seu coração seguiria isso? voce iria resistir a ligar na meio da noite so pra constatar se ele trocou ou nao de numero, iria resistir a olhar as vezes sua rede social em busca de alguem ter tomado o lugar que antes era ocupado por ti? se mesmo depois disso voce preferiu a primeira opção, sinto muito em te dizer meu amigo, mas voce nunca amou verdadeiramente, so aqueles que amaram (ou ainda amam) sabe do que estou dizendo. ao chegar na rodoviaria me olhei no espelo (droga, queria ser rica pra pelo menos viajar de aviao, aquelas ultimas 25 horas nao tinha feito bem nenhum a minha aparencia), tentei arrumar inultimente o cabelo, o frizz tomava-o totalmente deixando fios em formas inacreditaveis, passei um batom vermelho que amava, peguei um taxi mais proximo e dei-le o endereço. em menos de 25 minutos que pareceram uma eternidade eu ja estava a sua porta -O que? R$93,00 por uma viagem de menor de meia hora? - o motorista assentil - sinto muito moça, o preço da gasolina esta caro. paguei ainda fazendo cara feia, observei a varanda, era mesmo sua casa. sorrir, tomei coragem e fui ate sua porta. minhas maos que agora suada deixava escorregaria a caxinha de veludo, meu vestido que antes solto agora grudava no corpo com o calor no Rio. toqui a campainha, uma, duas, tres vezes. Sua mae apareceu na porta, tinha o minimo de esperança que ele pudesse atender a porta (droga, malditos filmes hollywoodianos que nos fazem acreditar em contos de fadas), ela se espantou ao me ve ali, sorrir e pedi que chamassem-o ela o fez, para minha surpresa ele estava diferente de quando estavamos namorando, transparecia estar bem mais feliz, seu sorriso logo se transformou em uma expressao de surpresa, afinal quem viajaria 2895 km so pra ve o ex? lagrimas começam a escorrer deixando a mostra as olheiras da noite anterior mal dormida, a caixinha escorregou da minha mao, eu estava ali, havia ido ali pra reconquista-lo, mas e se alguem esta bem melhor sem voce? me senti a vilã da historia, com passos lentos me afastei da porta, ele me seguiu com os olhos, nada fez para impedir minha partida (nao seria nessa parte do filme em que o mocinho vai correndo atras da menina, diz que ira ficar tudo bem e se beijam?), deixei a caixinha escorrer da minha mao, eu nao fazia mais parte daquela historia, nem siquer sobrara um papel de figurante para que pudesse atuar. sabia que aquele era definitivamente nosso fim. deixei a caixinha escorregar e continei caminhando com passos firmes, finalmente me libertei daquele amor , torci para que um casal feliz e decidido encontrasse as alianças e findasse o amor eterno entre os dois. Afinal como minha melhor amiga sempre diz "Que seja eterno quando for reciproco" 

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Kleyde Azevedo. Canceriana, 25 anos, Baiana, Escritora, 5 livros publicados, Engenheira Eletricista e pós graduanda em energias renovavéis. Apaixonada por Harry Potter, livros, séries, chocolates, cheiro de chuva, culinária e viagens. Fotógrafa amadora e atriz nas horas vagas. Não começa o dia sem uma xícara de café nem termina sem uma de chá.

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