Falando Abobrinhas - Sampaio

 


Oie meus leitores, como estão? 

Logo sairá aqui no blog, a resenha do livro Mirabel, do autor e ilustrador Sampaio, mas enquanto não sai, decidir trazer, aqui para vocês o meu conto preferido e um dos mais mais me identifiquei. 


Falando Abobrinhas 


O sonho de todo mundo é encontrar alguém que o complete. Mais que isso: as pessoas querem alguém que se complete sexualmente, nos gostos pessoais, em todos os sentidos, e até mesmo quando o assunto é culinária. Muitos casamentos acabaram com quiabos, sagus e beringelas! 

Acredite: já ouvi falar que uma inocente beringela tem o poder de separar algumas pessoas... Essa introdução toda é para te contar a história de Martha e Luís Otávio. 

Eles já estavam casados havia pelo menos quinze anos. Eram meus vizinhos de apartamento. Martha adorava cozinhar, e nós últimos tempos andava pensando em virar vegetariana. E de preferência levar o Luís junto - mesmo que ele oferecesse resistência, ela sempre conseguia dar um jeitinho e colocar nas suas receitas uns brócolis, um quiabo, uma beringela... E, claro, abobrinha! Abobrinha branca, abobrinha italiana, abobrinha abobrinhas... Martha fazia mil variações para o Luís, por que ele sempre comia tudo. 

Dias atrás, na feira, encontrei Martha, e ela estava com uma cara meio triste. Eu a cumprimentei, trocamos algumas palavras, e na hora de me despedir mandei um abraço ao Luís. Foi quando ela me disse: 

- Ele saiu de casa. 

- Nossa! Que chato! Aconteceu alguma coisa?

- Abobrinhas! Ele odeia abobrinhas. 

Confesso que aquilo me interessou e tentei saber mais detalhes. Como alguém se separa por um motivo desses? 

- Então... Nós estávamos fazendo compras no mercado, era a "quarta-feira da fruta" e ao parar na frente da banca de abobrinhas, eu o chamo, quase gritando: 

"Amo, olha! Abobrinha por 79 centavos"

E ele disse?

"Eu odeio abobrinha."

- Assim, desse jeito, na lata! "Eu odeio abobrinha!" Você faz ideia de como eu me senti? Eu fazia abobrinhas para ele desde sei lá quando: era lasanha, ao forno, gratinada, frita, assada, cozida, o cacete a quarto! E ele vem, do nada e diz que odeia abobrinha! Aquilo foi a gota d'água. Eu também odeio, e esses anos todos eu comi abobrinha para agrada-lo.


Esse conto mexeu bastante comigo pois me vi descritas nessas páginas, não na situação de ser casada nem de abobrinhas, que eu também odeio, mas sim pelo fato de fazer algo para agradar alguém, sem notar que aquela pessoa nunca gostou de fazer aquilo, mas simplesmente fazia pois achava que era do meu agrado, isso mostra o quão a falta de dialogo faz falta nos relacionamento, o quão  falta de uma base de dialogo pode destruir um relacionamento sólido e promissor. 


E aí? gostaram? se identificaram em algum ponto do conto? Me contem aqui nos comentários. 

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Kleyde Azevedo. Canceriana, 25 anos, Baiana, Escritora, 5 livros publicados, Engenheira Eletricista e pós graduanda em energias renovavéis. Apaixonada por Harry Potter, livros, séries, chocolates, cheiro de chuva, culinária e viagens. Fotógrafa amadora e atriz nas horas vagas. Não começa o dia sem uma xícara de café nem termina sem uma de chá.

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