Resenha #69: O último gozo do mundo - Bernardo Carvalho




AutorBernardo Carvalho 
editora:  Companhia das Letras  
Número de Páginas: 144
Ano de publicação: 2021

Nota:



Sinopse:

As distâncias e os pontos de contato entre o pessoal e o coletivo, entre a narrativa individual e a histórica, ocupam o centro de O último gozo do mundo, décimo terceiro livro de Bernardo Carvalho publicado pela Companhia das Letras.
Presa de um tempo em que "a leitura do mundo tornou-se descontínua e episódica", a protagonista desta novela parte, com o filho pequeno, numa jornada para um retiro no interior profundo do Brasil. Lá, mora um homem que passa a prever o futuro depois de ter sobrevivido ao vírus ameaçador. Entre lembranças obliteradas, encontros e desencontros e vidas até então previsíveis modificadas radicalmente, um rastro de perplexidade e de perguntas sem respostas vai sendo deixado para trás, numa narrativa enigmática, eletrizante e que se torna mais e mais perturbadora. Podemos distinguir as
causas dos efeitos? Como damos sentido a uma narrativa? O que restou de humanidade num Brasil dominado pela morte? Podemos ter um projeto comum de futuro sem um relato coerente do passado?



Resenha: 

Esse é um livro curtinho, com somente 141 páginas, mas tem uma leitura bem densa, pois em diversos momentos você tem que parar e analisar todos os acontecimentos, o livro faz um paralelo com acontecimentos antes, durante e após o período pandêmico, achei bem diferente a forma como foi escrito, nunca havia lido nada neste estilo, é tratado de forma lúdica expondo temas como espiritualidade (e de como as pessoas fazem de tudo quando tem um minimo de esperança possível), dramas pessoais, questões políticas e raciais (principalmente no Brasil atualmente), porém na minha visão (ou talvez até mesmo por não ler livros parecidos) a subjetividade do autor acabou me afastando de obter conexão com os personagens, o Bernardo decidi não apresentar nomes ao longo do livro e acho que isso gerou o não reconhecimento com eles. 

"A espera estendida por uma cura ou vacina fez com que se adaptassem à nova vida como provisória. Com o tempo em suspensão, o provisório se tornou natural, perene, não o resultado da ameaça mortal que os encurralava. A falta de perspectiva excita o medo, e ninguém sobrevive ao medo. Assim passaram a viver no paradoxo da negação"

Há diversos capítulos com diversas situações instigante, de inicio pensei "qual a conexão desta situação com o resto do livro?" Mas depois pude compreender, todas as reflexões paralelas são necessárias para que você entenda a narrativa como uma só, as reflexões do autor sobre a pandemia nos fazem ter uma nova visão sobre o momento do qual estamos vivendo e de como encaramos esse período de isolamento. Em suma, foi uma leitura bastante enriquecedora que apresentou novos pontos de vistas sobre questões importantes neste período, para quem deseja ler um livro sobre a pandemia mas fugindo do óbvio, recomendo demais esse livro. 

Exemplar recebido em parceria com a Companhia das Letras 

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Kleyde Azevedo. Canceriana, 25 anos, Baiana, Escritora, 5 livros publicados, Engenheira Eletricista e pós graduanda em energias renovavéis. Apaixonada por Harry Potter, livros, séries, chocolates, cheiro de chuva, culinária e viagens. Fotógrafa amadora e atriz nas horas vagas. Não começa o dia sem uma xícara de café nem termina sem uma de chá.

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