Autor: Maurício Chemale Cardoso
Ilustração: Timo Heijnk
Editora: Inverso
Número de Páginas: 54
Ano de publicação: 2022
Nota:
Sinopse:
Lápis, caneta, borracha, controle remoto, meias e guarda-chuva. Os objetos que misteriosamente somem das nossas vidas são na verdade o resultado de furtos realizados por gnomos. É nesse universo que vive Grimo, um sensível gnomo que não tem uma parte da orelha. Com muita afetuosidade, Grimo percebe que os humanos sentem falta dos objetos e que são capazes de colocar sentimentos até em um pote de plástico. Como isso seria possível? A partir daí, ele começa uma revolução. Primeiro na sua cabeça e depois no seu vilarejo. Descubra como o sensível gnomo muda a vida de todos nessa mágica aventura sobre empatia e sentimentos.
Resenha:
Já notou a frequência que suas coisas somem em casa sem explicação nenhuma?
Aquele par de meia novinho guardando com tanto esmero dentro da gaveta, antes mesmo do seu uso. A caneta que ficava em cima da escrivaninha, o controle remoto, usado recentemente e o guarda-chuva, do qual só nos lembramos em dias de tempestade e nunca está lá, onde guardamos.
A explicação mais lógica para o sumiço: Gnomos
Engana-se quem pensa que Grimo e o guarda-chuva é um livro para crianças, este é um livro tão marcante e tocante, que eu diria que ele foi feito para passar um ensinamento aos adultos.
Grimo e o guarda-chuva conta a história de um Gnomo, com uma deficiência, não grave, mas a responsável por sofrer bullying de outros gnomos por ser diferente.
Todos os gnomos vão para a Academia de Furtos dos Gnomos, onde os gnomos eram ensinados a furtar os mais variados objetos do mundo dos humanos, e para se formar na academia, era necessário um furto.
Para seguir os passos do seu pai e avô, ele decidiu por roubar o guarda-chuva, um objeto bastante estimado no vilarejo, cumpriu a tarefa com esmero e quando retornou foi recebido com muita festa, ele que antes sofria com a rejeição, agora fora aceito pelos outros gnomos, entretanto Grimo começou a sonhar com humanos sentindo falta daquele objeto, pois não era só um objeto, mas sim algo que guardava memórias.
Ao contar para todos que aquilo era errado, que os humanos sentiam falta dos objetos furtados, não lhe deram ouvidos, por isso Grimo decidiu arquitetar o maior furto de toda a terra dos gnomos, um jamais visto, decidiu furtar o Portal dos Mundos.
Ao notar que o maior bem do vilarejo havia sido roubado, todos os gnomos ficaram abalados e loucos atrás do objeto, pois sem ele não seria mais possível viajar entre os mundo e consequentemente não seria mais possível se graduar, com o passar dos dias, nenhuma noticia sequer do tal objeto, todos foram ficando triste e perdendo suas esperanças de encontra-los.
Quando Grimo decide finalmente devolver o Portal, todos os Gnomos sentiram o sentimento da perda e decidiram devolver tudo que um dia fora roubado dos humanos.
As ilustrações estão magnificas, delicadas, encantadoras, falta-me adjetivos para descreve-las, elas tocam a alma.
O livro é todo bilingue, escrito em português BR e Alemão. As duas línguas não é por acaso, mas sim para homenagear o ilustrador Timo Henijnk de origem alemã, além de fundador de um Studio que disponibiliza espaço e mentoria para novos artistas locais.
O livro nos mostra sobre a aceitação, o que somos capazes de fazer para sermos aceitos na sociedade em que vivemos, mesmo que uma vozinha na nossa cabeça insista em dizer que aquilo é errado. Nos ensina que por mais simples que seja um objeto, ele pode carregar emoções diversas e da falta que ele pode gerar e de que nada se compara a paz anterior de fazer o que é certo.
Exemplar recebido em parceria com a Editora Inverso
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