Autora: Fernanda Morishita
Editora: Editora Inverso
Número de Páginas: 155
Ano de publicação: 2022
Nota:
Sinopse:
Há quem diga que um filho é uma carta que escrevemos para o futuro, uma construção de sonhos e desejos que carrega nosso DNA e nossa esperança de que o "vir a ser" seja melhor que os tempos em que vivemos.
Fernanda Morishita pôs no mundo sua "carta" chamada Theo, a quem endereçou um conjunto de textos nos quais imprimiu seu amor, medo, angústias e aprendizados diários, desenhando um mapa afetivo desta relação tão intensa e breve que se constrói no ato de criar um filho e de se "criar" mãe ou pai.
São cartas repletas de uma pureza e simplicidade comoventes, escritas com grande honestidade e coragem. Um dia, Theo as lerá e redescobrirá a mulher que mora em seu baú de afetos, uma pessoa talvez diferente daquela que ele aprendeu a chamar de mãe ao longo da vida. Mas as Cartas para Theo, como toda herança repleta de sentimento e humanidade, fala não apenas de quem escreve e de quem recebe. Antes, fala da ligação arquetípica e ancestral entre pais e filhos – talvez a primeira relação que o Ser Humano cria em sua jornada pela existência e que continua ecoando em cada um de nós com a potência avassaladora de uma verdade universal.
Cláudio Chinaski e Sonia Zaghetto
Resenha:
Esse foi um livro que se deixasse eu leria em menos de um dia, é um livro doce, carinhoso, amoroso, você consegue sentir todo o amor da Fernanda e sente que conhece o Theo, pois a sensação é que acompanhou todas suas fases do seu crescimento.
O livro é literalmente o que o seu nome diz, CARTAS, ao longo das 155 páginas, 52 cartas de 205 ou mais cartas escritas, em sua primeira carta acompanhamos o nascimento de Theo, que ao nascer já precisou ir para a UTI, pois seu estado de saúde era grave, para quem é/já foi mãe, sabe como é desesperador vê o filho numa situação tão critica entre a vida e a morte, houve um momento em que a Fernanda não acreditou, mas você foi mais forte Theo, deu para ver (ou ler) o quanto você queria viver, e Deus escutou.
Vemos o seu carinho por lagartas, e confesso ser igual sua mãe, elas [lagartas] lá e eu aqui no meu cantinho. O amor da sua mãe pelos livros, que você adquiriu logo depois, afinal, ganhou uma bibli-Theo-ca só para ti com muitos livros únicos e especiais que farão para sempre parte da sua memória. Esse amor e incentivos dados pelos meus pais quanto a leitura e escrita foram essenciais no meu desenvolvimento e tenho certeza que será no seu também, e espero um dia poder transmiti-lo a minha filha.
"Porque livros têm esse poder, filho, de nos transportar para outros mundo assim, num abrir de páginas. E não importa quantos anos você tenha: se em algum momento aquele livro fez parte de você, basta olhá-lo e uma viagem recomeça, guiada por suas lembranças"
Uma das minhas cartas preferidas foi "O tamanho do seu sorriso" pois me lembrou do quão pura é uma criança, de quão bonito pode ser um sorriso tão singelo e pequeno. Porém nem só de momentos bons é vivida a maternidade, a Fernanda é sincera ao falar também dos momentos complicados vividos no seu dia-a-dia, da paciência necessária quando se tem uma vida tão corrida, com relacionamento, carreira, casa e ainda filho, ela nós mostra que na nossa vulnerabilidade, podemos encontrar nossa força, e acontece, não seremos fortes o tempo todo, quando cedermos, teremos ali um serzinho pequeno, capaz de limpar as nossas lágrimas e acariciar os nossos cabelos, nós fazendo perceber que apesar de tudo, a maternidade é uma das coisas mais lindas e nobres que existem.
"Por isso eu precisava escrever. Para que você saiba que nunca foi culpa sua. E nem minha também, embora ainda vá demorar muito para eu conseguir acreditar nisso"
Sobreviver a pandemia não foi fácil para nós, adultos, foi ainda pior para as crianças, o Covid-19 não virou somente o nosso mundo de ponta cabeça, mudando tudo que conhecíamos, trabalho, faculdade, compras, mas os de nossos filhos, nós adultos entendemos que aquele momento, era um momento delicado, onde todos precisavam ficar em casa trancados, mas para a criança entender que ela não podia vê mais seus amigos, ir para a escola ou até mesmo dar uma volta no parque por conta de um "bichinho invisível que pode levar as pessoas para o céu" era mais complicado. Mas vemos como Theo reagiu a isto, afinal já não erámos mais os mesmos, e ele nós mostra que nós não formos feitos para nos separarmos de quem amamos [carta 177 - A morte do besouro.]
O livro termina com a carta de número 205 escrita em 14-04-2022, ao longo das páginas, acompanhamos as inseguranças da Fernanda como mãe de primeira viagem, e o desenvolvimento do Theo, parece que realmente sentimentos que os conheço, que conheço o jeito divertido e carismático do Theo, que participei de suas brincadeiras e descobertas, que estive ali ao lado dos dois enquanto ele crescia, e é isso que a escrita da Fernanda faz, ela escreve de uma maneira, onde você não sente que está lendo, mas vivendo tudo aquilo. Terminei o livro com vontade de ler mais, de poder ser privilegiada em ser as outras cartas que não estão no livro e as outras escritas após a sua conclusão.
Eu achei este um presente lindo, que Theo irá amar ter ao longo da vida. Ele possui muita sorte em ter uma mãe como você.
A diagramação está perfeita, amei a forma como o sumário foi pensado, a capa tão encantadora, te trazendo uma sensação de paz e tranquilidade.
Recomendo esse livro não só para quem é, ou pensa ser mãe, mas a todos, lhe garanto que você irá se emocionar e encantar do inicio ao fim.
Exemplar recebido em parceria com a Editora INverso
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